CONSTRUTORES ESPERAM QUE NOVA LIBERAÇÃO DO FGTS NÃO AFETE CONSTRUÇÃO CIVIL

A Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul (Acomasul) teme que a liberação de uma nova leva de saques do FGTS possa comprometer ainda mais o setor da construção civil. Segundo o presidente da Acomasul, Adão Castilho, a liberação do FGTS não traz grande impactos para reaquecer a economia, e ainda reduz o investimento em habitação, já que o Fundo de Garantia tem como principal destino justamente financiar e subsidiar moradias.


“O governo federal poderia ativar e estimular a construção civil porque este setor estimula outros 62 segmentos da economia. Cada emprego gerado na construção reverte em outros 2,1 empregos na economia em geral”, explica Adão Castilho, que também é vice-presidente da Federação Nacional dos Pequenos Construtores (FENAPC).


Segundo Castilho, a nova onda de saques  que deve atingir 60 milhões de contas somando    R$ 35 bilhões vai comprometer a liquidez do FGTS. “Nos últimos anos, tivemos vários problemas em relação ao dinheiro para subsidiar imóveis financiados pelo programa Minha Casa Minha Vida. Em alguns estados, a Caixa Econômica Federal levou até 2 meses para assinar contratos por falta de recursos. Pode acontecer agora um novo contingenciamento e comprometer novamente o setor que é um dos principais motores da economia”, diz Castilho.


O setor da construção civil foi um dos mais atingidos pela crise econômica que começou em 2014. Durante cinco anos, o PIB da construção foi negativo, tendo um ligeira alta apenas no ano passado. Estudos revelam que a primeira liberação do FGTS que começou no ano passado pode ter comprometido milhares de empregos diretos na construção civil.
A Acomasul entende que o momento é de proporcionar renda para os mais vulneráveis socialmente em consequência da pandemia de Coronavírus e coaduna com esta atitude. Os construtores torcem, porém, para que o governo também garanta recursos para o financiamento de imóveis mesmo com a liberação do FGTS.


“Nós da Acomasul e Fenapc entendemos que o governo deve pensar no bem-estar das famílias, principalmente em sua saúde, e não só em época de pandemia. Porém, é muito importante a empregabilidade e renda  para que a população tenha também moradia digna, educação, transporte e segurança. Isso só será possível com investimentos em setores que muito contribuem, e a construção civil contribui de forma significativa”, conclui Castilho.

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