MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO COMEÇAM A FALTAR E CONSTRUTORES APELAM PARA AS EMPRESAS VOLTAREM A PRODUZIR

Os pequenos empresários da construção civil enfrentam uma situação que se espalha por todo o Brasil: a falta de material de construção em plena pandemia. O setor da construção foi um dos poucos que não sofreram tanto com a pandemia. Em Mato Grosso do Sul houve até geração de empregos, por exemplo, no mês de junho foram criadas 50 vagas, segundo o CAGED (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego).

Para o presidente da ACOMASUL (Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul), Adão Castilho, a explicação para a falta de materiais é que a indústria em um primeiro momento acreditou que haveria retração no consumo por causa da pandemia de coronavírus, e por temer acúmulo de estoque acabou decidindo suspender a produção. “No entanto, o que se viu foi justamente o contrário, projetos engavetados foram colocados em prática e a construção está a todo vapor. Mas as indústrias não acreditaram no mercado, então acabou que a produção diminuiu e aí teve desabastecimento do material”, explica Castilho.

Nos últimos três meses, alguns produtos elétricos e hidráulicos tiveram aumento de até 40% no preço. Já os tijolos lideram a lista de reajustes. Segundo Castilho, tem lojista em Campo Grande vendendo o milheiro de tijolos pelo dobro do preço que era praticado antes da pandemia. “O tijolo de oito furos é um exemplo, o milheiro custava cerca de R$ 500,00 no mês de março. Agora já está na casa dos R$ 1.000,00. E para piorar a situação, a maioria das lojas não tem o produto à pronta entrega. Em alguns casos é preciso esperar mais de um mês”, afirma Castilho.

O presidente da Acomasul vê a atual situação de forma preocupante. “As vendas de imóveis cresceram cerca de 20%. Esta reação da construção civil nesta época pode dar impulso para a retomada da economia. Seria então a hora das fábricas contratarem mão de obra para reativar a linha de produção, e abastecer o mercado”, pondera Castiliho. A Acomasul responde por quase metade dos imóveis financiados pelo Minha Casa Minha Vida em Mato Grosso do Sul. “Não dá para suportar a alta do material de construção sem repassar para o produto final. Fazemos um apelo para os fabricantes porque se voltarem a produzir como antes terão com certeza mercado para vender”, finaliza Castiliho.

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