Uma pesquisa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revela que aumentou o preço de material de construção civil em todos os estados brasileiros nos últimos três meses. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, o cimento e o aço estão 10% mais caros. Produtos que vêm de outros estados, como elétrica e hidráulica, subiram até 40%. Mas nada se compara ao preço dos tijolos. “Tem lojista pedindo pelo milheiro o dobro do preço que era praticado antes da pandemia”, afirma o presidente da Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul, Adão Castilho.
Segundo Castilho, tem lojista pedindo por um tipo de tijolo que custava R$ 600,00, quase R$ 1.200,00, e ainda não tem o produto para pronta entrega. “É uma questão de oferta e procura. No início da pandemia, houve uma queda de 14% do número de novos empreendimentos, mas as vendas de imóveis cresceram em torno de 20%”, afirma.
O presidente da Acomasul explica ainda que o construtor começou a visualizar que a pandemia não atingiu o setor como todos esperavam. “Aqueles projetos que estavam engavetados foram colocados em prática e a construção está a todo vapor. Mas as indústrias não acreditaram no mercado, então acabou que a produção diminuiu e aí teve desabastecimento do material”, diz Castilho.
A grande preocupação dos pequenos empresários da construção civil é que o momento não condiz com reajuste de preços. O setor é um dos principais da economia capaz de gerar emprego do dia para noite, portanto pode puxar a retomada do crescimento. “O oportunismo vai totalmente na contramão da recuperação da economia. A indústria cerâmica compreende quase 400 estabelecimentos em Mato Grosso do Sul, inclusive com algumas grandes empresas. Tenho certeza que as indústrias vão colocar a produção em dia para manter a demanda que tínhamos antes da pandemia, e assim os preços vão retornar ao patamar normal”, finaliza Castilho.